domingo, 23 de dezembro de 2012

Prêmio Mérito Extensionista – Entrevista com Paulo Silveira


Paulo Roberto Cardoso da Silveira, coordenador do Nepals e professor do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural (DEAER), foi agraciado com o Prêmio Mérito Extensionista “Prof. Dr. José Mariano da Rocha Filho”, onde são contempladas ações de extensão com reconhecimento local e regional e homenageando profissionais com marcante atuação extensionista universitária na Universidade Federal de Santa Maria. Para saber mais clique aqui



Nepals pergunta a Paulo Roberto Cardoso da Silveira: 

Nepals: O que você fez? 

Paulo Silveira: Minha atuação como extensionista tem raiz na extensão rural, quando participei como técnico da COSUEL, Cooperativa responsável pelos produtos DALIA, no início da década de 90; como participante de um programa de qualificação da produção leiteira, pude me identificar com a extensão rural; o mestrado na década de 90 me aproximou ainda mais desta área e fui me vinculando cada vez mais a extensão rural. 

Como professor na URI em 1995 e 1996, coordenei um núcleo de desenvolvimento regional integrado, onde busquei junto com os colegas aproximar a comunidade universitária da população regional; ingressando na UFSM em outubro de 2006, logo iniciei projetos junto a municípios de nossa região, sempre vinculando a atividade de extensão ao ensino da extensão rural.estes projetos contribuíram para estreitar os laços da UFSM com a comunidade regional, me propiciaram conhecer a realidade regional tão importante para alimentar nossa prática docente.

Solenidade de entrega do Prêmio

Em 1998, o CCR teve a demanda de adentrar na temática da agroindústria familiar, onde tive a oportunidade de coordenar projeto de extensão junto ao projeto esperança/co-esperança, envolvendo a formação de agricultores e agentes de desenvolvimento, bem como, debates sobre a legislação sanitária e a elaboração de projetos de agroindústrias, tentando com a equipe que coordenava adequar estes empreendimentos aos cânones da legislação vigente; era o período do Governo Olivio Dutra e se desenvolvia o programa Sabor Gaúcho, o qual acompanhei junto ao comitê regional; este programa visava fortalecer as agroindústrias familiares, através de ações de apoio técnico, comercialização, formação e crédito para investimento em instalações e equipamentos.

Em 2000, ganha a eleição em Santa Maria, o Partido dos Trabalhadores e sou convidado pelo prefeito Valdeci Oliveira para assumir a secretaria de desenvolvimento rural, a partir de janeiro de 2001, ficando até março de 2004, quando me candidatei a vereador. Neste período cresci muito profissionalmente, aliando a prática de gestor com o planejamento e a atividade extensionista, construindo de forma participativa um conjunto de políticas públicas de caráter inovador, pois todas contemplavam cinco eixos: ATER, Credito,organização, formação e comercialização.de volta a Universidade, fui me dedicar ao doutorado no Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC, onde defendi tese sobre aos produtos processados orgânicos e a comensalidade contemporânea. 
Paulo Silveira recebendo a distinção

Tive por força da tese, afastado da extensão, mesmo assim, durante este período já me envolvi em atividades de campo, o que me revigorava; em 2007, inicia uma discussão sobre um projeto de assessoria ao INCRA na área de agroindústrias nos assentamentos, o que se concretiza com o programa SOMAR, efetivado de 2009 a 2012. Neste programa, mergulhamos na realidade dos assentamentos de reforma agrária, onde propiciou um aprendizado enorme no enfrentamento dos limites do INCRA como gestor de políticas públicas e no processo de formação continuado que desenvolvemos junto aos assentados. Durante estes três anos interagimos com a realidade dos assentamentos e contribuímos para a viabilização dos empreendimentos dedicados ao processamento das matérias-primas agrícolas.

Neste período do SOMAR, não nos focamos somente nestas ações que eram estabelecidas no convênio, sendo que outros projetos passam a serem gestados. Neste momento, surgem as escolas rurais como público estratégico, pois representam um espaço educativo e de transformação da vida comunitária. Assim, inicia-se um trabalho junto a escola Chico Mendes inserida no assentamento Sepé Tiarajú em Capão do Cipó, onde desenvolvemos um conjunto de atividades que visam despertar a comunidade escolar para práticas ecológicas de produção e estimular novas atividades produtivas. Assim, investe-se em oficinas que trabalham a questão da erosão da cultura alimentar, associando alimentação adequada, hábitos e práticas alimentares, com a horta, a produção de húmus de minhoca, um quintal orgânico que contempla frutíferas comerciais e nativas, milho crioulo e estufa para familiaridade com cultivo de plástico. 

Outro trabalho que merece relevância é a integração ensino-extensão, onde desenvolve-se ações em Alegria, Jaguari e Santana do Livramento, além de Capão do Cipó, sendo que em Alegria iniciamos no mês de novembro um curso de extensão “gestão rural sustentável”, envolvendo alunos de ensino médio e agricultores, o qual deve envolver 24 módulos.

Equipe Nepals com Paulo Silveira

Nepals: Como você percebe a importância da ação universitária extensionista?
Paulo Silveira: Acho fundamental a extensão universitária, pois ela faz com que os docentes não fiquem alheios a realidade social, evitando que se encerrem em seus gabinetes com suas pesquisas. Também a extensão tem a função de qualificar o ensino, criando espaços de aprendizagem fora da sala de aula, viabilizando a interação entre os conteúdos desenvolvidos e a sua aplicação.

Nepals: Momento palavra de Silveira: O que você gostaria de dizer nesse momento?
Paulo Silveira: Queria dizer que este prêmio Mérito Extensionista é um reconhecimento de meu esforço e dedicação as atividades de extensão, apesar de não alterar em nada as condições que temos para realizá-las e não mudar meu sentimento de satisfação de realizá-las.Elas continuam sendo minha opção e meu compromisso.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Coordenador do Nepals recebe Prêmio Mérito Extensionista


Paulo Roberto Cardoso da Silveira, coordenador do Nepals e professor do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural (DEAER), recebe nesta quinta-feira (13/12/2012), durante a solenidade promovida pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o prêmio de Mérito Extensionista “Prof. Dr. José Mariano da Rocha Filho”, onde são contempladas ações de extensão com reconhecimento local e regional e homenageando profissionais com marcante atuação extensionista universitária. 

Silveira, que há muitos anos dedica-se a ações de extensão rural universitária, representa a Universidade Federal de Santa Maria nos diferentes cantos do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil. Ultimamente tem contribuído no planejamento e ações estratégias do governo federal, principalmente, no debate sobre a legislação ambiental e sanitária relativos as agroindústrias familiares rurais. 

A solenidade irá acontecer na sala 218 do 2º andar do prédio da Reitoria, às 10h desta quinta feira. A premiação abrange três áreas de ações de extensão: Educação, Saúde e Cultura.


Paulo Roberto Cardoso da Silveira: 
Possui graduação em Zootecnia pela Universidade Federal de Santa Maria (1989) e mestrado em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria (1994). Atualmente é professor assistente da Universidade Federal de Santa Maria. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Sistemas de Produção Agrícola Sustentáveis, atuando principalmente nos seguintes temas: agricultura familiar, desenvolvimento regional, sistemas de produção agrícola, desenvolvimento rural e desenvolvimento sustentável. Com tese intitulada “Alimentos e bebidas orgânicas na comensalidade contemporânea: um estudo a partir dos processados orgânicos no Rio Grande do Sul – Brasil” pelo Programa Interdisciplinar em Ciência Humanas da UFSC na área de Concentração Sociedade e Meio-ambiente, desenvolve estudo sobre a produção artesanal de alimentos e sua inserção nas grandes redes de supermercados. Suas principais temáticas de estudo na atualidade são gestão ambiental rural e agroindústria familiar rural onde tem realizado vários projetos de pesquisa e extensão com agricultores familiares e assentados da reforma agrária.